Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as
coisas que nela estão escritas porque o tempo está próximo. Apocalipse 1.3.
SUCEDEU, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que
estava posto vinho diante dele, e eu peguei o vinho e o dei ao rei; porém eu nunca estivera
triste diante dele.
2
E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente?
Não é isto senão tristeza de coração; então temi sobremaneira.
3
E disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu
rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido
consumidas as suas portas a fogo?
4
E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus,
5
E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua
presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a
reedifique.
6
Então o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto
durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um
certo tempo.
7
Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os
governadores dalém do rio, para que me permitam passar até que chegue a Judá.
8
Como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, para que me
dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, para o muro da cidade e para a casa em que
eu houver de entrar. E o rei mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim.
9
Então fui aos governadores dalém do rio, e dei-lhes as cartas do rei; e o
rei tinha enviado comigo capitães do exército e cavaleiros.
10
O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, lhes
desagradou extremamente que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel.
11
E cheguei a Jerusalém, e estive ali três dias.
12
E de noite me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei a
ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém; e não havia comigo
animal algum, senão aquele em que estava montado.
13
E de noite saí pela porta do vale, e para o lado da fonte do dragão, e
para a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam fendidos, e as suas
portas, que tinham sido consumidas pelo fogo.
14
E passei à porta da fonte, e ao tanque do rei; e não havia lugar por onde
pudesse passar o animal em que estava montado.
15
Ainda, de noite subi pelo ribeiro e contemplei o muro; e, virando entrei
pela porta do vale; assim voltei.
16
E não souberam os magistrados aonde eu fora nem o que eu fazia; porque
ainda nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais
que faziam a obra, até então tinha declarado coisa alguma.
17
Então lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém
está assolada, e que as suas portas têm sido queimadas a fogo; vinde, pois, e reedifiquemos
o muro de Jerusalém, e não sejamos mais um opróbrio.
18
Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também
as palavras do rei, que ele me tinha dito; então disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E
esforçaram as suas mãos para o bem.
19
O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém,
o árabe, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isto que fazeis? Quereis
rebelar-vos contra o rei?
20
Então lhes respondi, e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar:
e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça,
nem memória em Jerusalém.