Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as
coisas que nela estão escritas porque o tempo está próximo. Apocalipse 1.3.
E ACONTECEU no ano décimo quarto do rei Ezequias, que Senaqueribe, rei da
Assíria, subiu contra todas as cidades fortificadas de Judá, e as tomou.
2
Então o rei da Assíria enviou a Rabsaqué, de Laquis a Jerusalém, ao rei
Ezequias com um grande exército, e ele parou junto ao aqueduto do açude superior, junto ao
caminho do campo do lavandeiro.
3
Então saíram a ter com ele Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e
Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista.
4
E Rabsaqué lhes disse: Ora dizei a Ezequias: Assim diz o grande rei, o
rei da Assíria: Que confiança é esta, em que esperas?
5
Bem posso eu dizer: Teu conselho e poder para a guerra são apenas vãs
palavras; em quem, pois, agora confias, que contra mim te rebelas?
6
Eis que confias no Egito, aquele bordão de cana quebrada, o qual, se
alguém se apoiar nele lhe entrará pela mão, e a furará; assim é Faraó, rei do Egito, para
com todos os que nele confiam.
7
Porém se me disseres: No SENHOR, nosso Deus, confiamos; porventura não é
este aquele cujos altos e altares Ezequias tirou, e disse a Judá e a Jerusalém: Perante este
altar adorareis?
8
Ora, pois, empenha-te com meu senhor, o rei da Assíria, e dar-te-ei dois
mil cavalos, se tu puderes dar cavaleiros para eles.
9
Como, pois, poderás repelir a um só capitão dos menores servos do meu
senhor, quando confias no Egito, por causa dos carros e cavaleiros?
10
Agora, pois, subi eu sem o SENHOR contra esta terra, para destruí-la? O
SENHOR mesmo me disse: Sobe contra esta terra, e destrói-a.
11
Então disseram Eliaquim, Sebna e Joá a Rabsaqué: Pedimos-te que fales aos
teus servos em siríaco, porque bem o entendemos, e não nos fales em judaico, aos ouvidos do
povo que está sobre o muro.
12
Rabsaqué, porém, disse: Porventura mandou-me o meu SENHOR ao teu senhor e
a ti, para dizer estas palavras e não antes aos homens que estão assentados sobre o muro,
para que comam convosco o seu esterco, e bebam a sua urina?
13
Rabsaqué, pois, se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse:
Ouvi as palavras do grande rei, do rei da Assíria.
14
Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar.
15
Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no SENHOR, dizendo: Infalivelmente
nos livrará o SENHOR, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria.
16
Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria: Aliai-vos
comigo, e saí a mim, e coma cada um da sua vide, e da sua figueira, e beba cada um da água
da sua cisterna;
17
Até que eu venha, e vos leve para uma terra como a vossa; terra de trigo
e de mosto, terra de pão e de vinhas.
18
Não vos engane Ezequias, dizendo: O SENHOR nos livrará. Porventura os
deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da Assíria?
19
Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de
Sefarvaim? Porventura livraram a Samaria da minha mão?
20
Quais dentre todos os deuses destes países livraram a sua terra das
minhas mãos, para que o SENHOR livrasse a Jerusalém das minhas mãos?
21
Eles, porém, se calaram, e não lhe responderam palavra alguma; porque
havia mandado do rei, dizendo: Não lhe respondereis.
22
Então Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá,
filho de Asafe, o cronista, vieram a Ezequias, com as vestes rasgadas, e lhe fizeram saber
as palavras de Rabsaqué.